Ou é de mim pois estou louca, ou realmente está tudo louco?!…
Será?
… Mas exactamente o que define loucura?
Podem existir homens tidos como “normais” a fazer muitas loucuras, mas isso faz deles loucos?
O peso da loucura também conta? Ou não?!
Será que somos todos normais e loucos e será esse o nosso real estado comum?
Ontem, 25 de Abril de 2010, o telejornal das 20 horas abre com as notícias da praxe, ou seja, aquelas que se referem às comemorações oficiais sobre a nossa Revolução dos Cravos.
No seguimento deste, de repente ouve-se: “Greve convocada pelos camionistas”. Até aqui nada de novo, estando nós num estado democrático onde precisamente há 36 anos atrás este direito – À Greve – foi um dos muitos conquistados.
Agora o desenvolvimento da notícia, esse sim, deixou-me estupefacta, pois a greve em questão estava a ser convocada pela…Entidade Patronal??!! … Me-Duh!
Mas afinal quem convoca as greves?
Quais os seus fundamentos?
O que se pretende normalmente com as greves?
Melhor ainda! E se colocássemos todas estas questões com acção no passado?
Faria diferença?
Existiria então algum sentido?
Sim? Não? ...
Estou tremendamente confusa!
Ainda no seguimento da notícia o sindicato diz nada saber, enquanto os trabalhadores aglomerados, estáticos e em perfeito silêncio, com uma expressão de rosto completamente incrédula, fazem número para as câmaras da TV, enquanto o patrão fala acerca das reivindicações da greve aos repórteres.
Tststtsts, Tão brilhante data, e as pessoas realmente não têm, nem nunca tiveram a real consciência para a revolução e o significado desta, ou mesmo o que foi necessário para esta conquista; refiro-me ao empenho, esforço e coragem de tantos!
Abril de 74 deu-nos a liberdade, a igualdade de direitos fundamentais com princípios basilares num estado democrático.
Devo confessar que mesmo eu deixei “passar ao lado” certos acontecimentos e conquistas do passado, mas que recentemente e graças aos direitos que ainda detemos, alguém me fez despertar quase que abruptamente para tantos valores que todos nós enquanto cidadãos deveríamos ter e tantas vezes nos esquecemos ou mesmo ignoramos: a colossal importância de sermos cidadãos activos dentro da nossa sociedade.
Culpas de um sistema que aparentemente tornou tudo tão fácil que as gerações de hoje, não sabem tão-pouco o que andam cá a fazer, aliás, nem se interessam por tal.
Estamos presentemente perante situações tão graves e que põem em causa a nossa liberdade, com histórias tão recentes como a suposta intervenção do nosso 1ª Ministro na venda de uma estação de TV, o afastamento de alguns jornalistas que já provaram ao longo da tantos anos de experiência a sua credibilidade, os próprios tribunais que de alguma forma se ainda são independentes, demonstram tendências pouco ortodoxas, os grandes facilitismos que se vêm a olho nu ao nível dos órgãos de administração pública e mesmo os lobbies existentes num governo que revela corrupção de uma forma clara, mesmo para leigos.
A corrupção, como sabemos sempre existiu, agora o que é novo e absurdo é o ponto em que está, ou seja, ninguém tem qualquer preocupação com possíveis consequências que possam provir de tais actos, pois estamos perante uma população que se mantém simplesmente passiva e serena.
Mas falava eu em consequências… Sim!
Mas que consequências serão estas?
Pois, não existem… pelo menos para quem faz parte da putrefacção! Ou seja, se existirem é somente para, como se costuma dizer, o “Zé-povinho”. Este paga! SEMPRE!
Ninguém faz nada, alguns fazem troça e outros comentam resignados “ Que fazer? É o País que temos”?! Outros simplesmente estão ocupados a viver a sua liberdade com tanta libertinagem, que nem sequer põem em causa, os valores ou mesmo condutas conquistadas e das quais ainda beneficiam.
A desigualdade de direitos é abismal e a exclusão social é condenável e ambas, são cada vez mais notórias e... NINGÉM FAZ NADA! Alguns nem assistem…
Portugal está a bater no fundo, mas este fundo pode ainda ser muito profundo!
Existem culpas???

A geração do 25 de Abril, na minha opinião esqueceu-se no meio de tanto entusiasmo, de cultivar e preservar a igualdade de direitos e a liberdade normalmente existentes num estado de democracia e principalmente de a transportar e passá-la com convicção para gerações seguintes.
Estamos perante a possibilidade de perder parte destas conquistas, pois a liberdade para tantos é constantemente e seriamente confundida com libertinagem existente e vivida no seio da nossa sociedade.
Hoje somente temos intrínsecos os nossos “direitos” mesmo que estes invadam os de terceiros; esquecemo-nos de parar e também consciencializarmo-nos para com as nossas obrigações na vida em sociedade.

Não há o autêntico querer ser livre com responsabilidade que é necessário para que tudo se complemente e funcione na sua plenitude.

Deixo a questão:
- Para quando uma contenda pelos ideais tão gratificantes para a crescente evolução do cidadão português?!!!

…. AINDA ESTAMOS EM TEMPO!
É TEMPO DE DESPERTAR E IR À LUTA!!!

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